domingo, 13 de julho de 2014

Nosso corpo, nossa casa

Dizem que seu corpo é sua casa,
Meu coração é a sala, muitos entram, se acomodam, alguns gostam, prometem ficar, outros só se acomodam e logo saem, algumas pessoas me ajudam na decoração, alguns escrevem seus próprios nomes, outros colocam quadros, fotos e memórias, tem gente que não se importa em participar, só fica ali, acomodado, vendo as outras pessoas se divertirem comigo.
Essas são as que se enraízam, sentadas no sofá da minha sala, elas se fixam, se prendem, e fazem parecer que jamais irão sair, até o dia em que elas se cansam, elas se cansam das raízes, da acomodação, elas se cansam do coração, e aí querem se levantar e ir embora, mas e essas raízes que nasceram? Elas não pensam, se debatem pra levantar, destruindo assim toda a sala que tantas pessoas trabalharam para arrumar, saem derrubando os quadros, limpando os nomes, quebrando os móveis e ferindo memórias, e elas ficam ali, destruindo tudo até que finalmente conseguem sair dessa sala, deixando um rastro de destruição ali.

Mas nossa casa é de concreto, ela é forte, se abala mas não desiste, e aí voltam os amigos, voltam os familiares, voltam todos aqueles que um dia ajudaram na decoração, eles voltam pra nos ajudar a reorganizar tudo, a consertar o que se quebrou, a limpar o que se sujou, e ajudam a arrumar a sala. Porque afinal de contas, casa limpa atrai visita, e pode ser que a próxima se enraíze para nunca mais sair.

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