sexta-feira, 2 de março de 2018

Eu fui a Summer

Eu fui a Summer. Sabe quem? Aquela Summer, do Tom, da empresa de cartões, que colore a vida com o caos do problema. Aquela do 500 days of Summer. Bom, se você não a conhece, vou te contar a história dela e depois a minha. Ela mudou-se de emprego e foi trabalhar como secretária em uma empresa de cartões de felicitações, também era alguém que não acreditava no amor, não fazia questão de um relacionamento e vivia bem assim. Ela conhece o Tom, um típico rapaz que é uma graça, um amorzinho, fofo e delicado. A princípio você se encanta por ele e o acha incrível. Ele se apaixona antes mesmo de conversarem/saírem. Enfim, eles começam a sair, ela gosta dele mas prefere não ter um relacionamento, viver os momentos mas só isso, passarem um tempo juntos, se conhecerem, se gostarem. A Summer nunca prometeu nada, ela viveu incríveis histórias, mas eram isso, histórias e momentos.
Não quero desmerecer o sofrimento do Tom, não quero dizer que ele não existiu, porque ele foi real e ele doeu na pele de quem assistiu. Após acabarem com o que tinham, Summer conhece alguém, fica noiva e se casa. Ela, que não queria um relacionamento, que não se prendia, que não acreditava no amor. Para quem assistiu o filme, ganhou os piores adjetivos, de falsa, de vadia, de manipuladora, mas a questão é: por que? Porque se apaixonou por alguém que não era o Tom. Porque não se obrigou a permanecer em uma história que não lhe cabia.
Eu fui a Summer, não faz tanto tempo. Vivi uma história incrível, de tirar o fôlego, com um alguém sensacional, que me proporcionou inúmeras risadas, carinho e momentos. Mas não era a minha história, não foi quem eu queria ser. Não era o que eu queria. Mas ela acabou da forma como começou, o ponto é, não começou. Não era uma relação, era uma história, era um capítulo de quem eu sou e me tornaria. Uma parte minha que acabou. Algum tempo depois alguém com quem eu tive certezas que nunca antes havia sentido, (re)apareceu. Alguém a quem eu pude prometer o que não havia prometido, viver o que não havia vivido.
Então eu entendi, finalmente eu entendi, o que é ser a Summer. Não é fácil estar neste papel, não é fácil ser quem pula fora, quem não assume algo que não quer. Não é fácil ser quem você quer ser. As pessoas se machucam, as histórias se cruzam, a vida acontece. Mas eu posso falar, categoricamente, ser a Summer não é um defeito, ser a Summer não me faz uma pessoa ruim. Faz de mim, eu, dona de mim. A responsabilidade emocional é um fardo, ela tem suas consequências, mas a responsabilidade emocional só é nossa, quando é assumida. Eu sei que ser a Summer implica na existência de um Tom, de um alguém cuja dor foi sentida por quem viu. Mas eu sei, também, que para todo Tom existe uma Autumn, uma saída e uma força interna que surge.
O que eu aprendi sendo uma personagem tão impactante é que a vida é um filme cuja história nós desenhamos, cada um é protagonista única e exclusivamente do próprio longa. Ao subirem os créditos, seremos os únicos responsáveis por nossa atuação. As participações especiais, no entanto, tem roteiro próprio e nunca sabemos como vão acontecer, a quem vamos conhecer, a quem vamos amar e a quem vamos magoar. A vida segue como o rolo de filmagem, nossas histórias continuam a medida que as escrevemos. Seja Summer, Tom, Autnumn ou a personagem que você se identificar, mas viva de acordo com a sua verdade e a sua história.

0 comentários:

Postar um comentário